quarta-feira, 21 de março de 2012

Habilidade para atrair atenção é trunfo nas redes sociais, avalia cientista da HP

Bernardo Huberman analisa humor de usuários para prever duração de tendências

Por Marina Goulart


A chave para desvendar o futuro está nas redes sociais. Pelo menos, alguns aspectos do futuro próximo. É o que acredita Bernardo Huberman, cientista sênior da HP e diretor do Laboratório de Computação Social do HP Labs. Sua equipe desenvolveu uma fórmula capaz de prever a duração de tendências e o faturamento de filmes, apenas ao analisar o humor dos usuários nas redes sociais. O cientista falou a Zero Hora sobre o seu trabalho:

Zero Hora - A sua equipe criou uma fórmula capaz de dizer o quanto um filme vai faturar em bilheteria, apenas com base em comentários nas redes sociais. Isso quer dizer que o comportamento humano obedece leis, como a da física?

Bernardo Huberman - Essa é uma questão perigosa. Eu acho que a diferença entre física e pessoas ou entre uma pedra e um ser humano é que pessoas são intencionais. Quando você faz alguma coisa, como vir aqui, é porque você antecipou que algo aconteceria. Quando desenvolvemos modelos de comportamento humano, temos que ser muito cuidadosos para incorporar os elementos que nos fazem humanos, o que essencialmente tem a ver com projeções do futuro, nossa atitude perante o risco, se somos atraídos ou repelidos pelo risco. Se não for assim, você está condicionando o comportamento a um problema que pode ser resolvido. Muitos físicos começam a trabalhar com ciências sociais tentando encontrar uma equação.

Se perguntarmos se é possível prever o comportamento de uma pessoa da mesma forma que prevemos a trajetória dos planetas, a resposta seria "sim, na média". Na média eu posso prever o tráfego na hora do rush. Mas eu não posso prever se eu estarei ou não dirigindo um carro na hora do rush em determinada rua.

Zero Hora - Quais elementos são levados em conta na hora de fazer uma previsão?

Bernardo Huberman - A quantidade de atenção. A intensidade na qual as pessoas estão tuitando sobre determinado assunto dá a noção da atenção que elas estão dando a um tema. Também levamos em conta a fonte dos comentários. Nós sabemos que se você usar o George Clooney para dizer que você deve beber determinada marca de café, muitas pessoas vão beber aquele café. Ele concentra muita atenção. Ele é uma celebridade. É por isso que ele ganha muito dinheiro para dizer "beba este café, use este relógio, compre esta jaqueta".

Zero Hora - E como o Twitter entrou em toda essa história?

Bernardo Huberman - O Twitter é baseado na ideia que junto ao título de uma história haverá uma breve descrição. A limitação de caracteres é algo que força a escrever como um telegrama. No começo as pessoas ficaram muito chateadas, dizendo que isso não era forma de escrever uma mensagem. Mas hoje até declarações de amor cabem em 140 caracteres. Eu acho que o fenômeno do Twitter é basicamente o fenômeno de aprender a escrever com seus dois dedões em um smartphone. E em 140 caracteres a mensagem pode ser positiva, negativa ou neutra, mas não há espaço para ser mais de uma coisa, o que facilita na hora de identificar como algo está sendo recebido.

Zero Hora - Criou-se um consenso de que informação é poder. Agora, a informação está em todos os lugares. Isso quer dizer que hoje atenção é poder?

Bernardo Huberman - Atenção sempre foi algo poderoso. O problema é que hoje todo mundo pode tentar ter atenção. A web é um megafone. Antigamente, poucas pessoas tinham esse megafone. Hoje, ficou fácil publicar na internet e todo mundo tem um megafone. Celebridades são ricas por uma razão. Vamos pegar o exemplo da Paris Hilton. Quem é a Paris Hilton? O que ela fez? Nada. Mas ela é famosa. Ela é um gênio em criar atenção. Ela cria escândalos, faz coisas estapafúrdias e fica sempre na primeira página dos jornais sensacionalistas. Acho que é preciso ter muita personalidade para fazer isso. E criar novas formas de ganhar atenção o tempo todo é uma questão muito complicada. Nisso, ela é um gênio.

Zero Hora - Como fazer a atenção nas redes sociais durar mais tempo?

Bernardo Huberman - É muito difícil. É por isso que relacionamentos são complicados. Nós ficamos entediados com pessoas. Você vive com alguém por certo tempo e depois fica pensando "eu já ouvi isso tantas vezes". Nas redes sociais é a mesma coisa. Você vê um vídeo uma vez, acha engraçado e repassa a vários amigos. Até que, depois de algumas horas, alguém passa o mesmo vídeo para você. Mas só teve graça na primeira vez e o interesse por ele some e você deixa de repassá-lo.

Zero Hora - E o Twitter pode ser usado para medir todos os tipos de tendência?

Bernardo Huberman - Não. Nós usamos para medir a influência de pessoas, tendências e quanto tempo essas tendências vão durar como novidade. Mas não é bom a longo prazo. Algumas modas no Twitter duram apenas algumas horas. Também é preciso considerar o público que usa essa rede social. Eleitores de um determinado partido político podem ser muito mais ativos na rede, mas menos representativos nas urnas. Nesse caso, o resultado não seria fiel.


Comentários da Setembro.net
Por Cláudia Oliveira

Bernardo Huberman tem razão quando diz ser os relacionamentos bastantes complicados. No "real" as pessoas já não têm tanta tolerância assim, que dirá no virtual, quando uma frase ou ideia pode soar de diferentes formas. Tudo vai depender do humor de quem lê.

Questiona-se muito sobre o tempo de "empolgação" de cada rede social. Exemplo disto temos o orkut, que a bem pouco tempo era o queridinho dos brasileiros e hoje para não perder espaço e a fidelidade dos seus usuários, corre contra o tempo para tornar-se mais interessante. O interessante é que muitos dos usuários que migraram para o facebook, estão voltando para o orkut, seja pelos fóruns e compartilhamentos, seja pela perca do interesse de saber que no final das contas a rede de relacionamentos A e B agregam as mesmas pessoas, as mesmas idéias e atrativos.

Para as empresas, não há escolha. Se querem ver sua marca ou serviço sendo comentados, curtidos, compartilhados e retutitados, não há distinção, todas as redes são muito bem vindas, todos amigos virtuais são bem vindos, estejam eles de bom humor ou não... Cabe a equipe de marketing de cada empresa, avaliar o que está sendo falado, comentado e principalmente, qual assunto é importante para o usuário naquele momento.

Até a próxima pessoal.

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